Descoberto em 15 de dezembro de 1996, na encosta da Chapada do Araripe, o soldadinho-do-araripe (Antilophia bokermanni) completa 28 anos desde sua identificação. Símbolo do Cariri cearense, a espécie é conhecida por sua beleza singular e pelo risco crítico de extinção, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
A degradação ambiental na Floresta Nacional do Araripe, causada pelo desmatamento e pela redução das fontes naturais de água, preocupa ambientalistas e ONGs que monitoram a ave. Para contribuir com esses esforços, estudantes do IFCE – Campus Juazeiro desenvolveram o SIMBA (Sistema Integrado de Mapeamento Brasileiro de Aves), um protótipo que utiliza tecnologia de reconhecimento sonoro para rastrear o soldadinho-do-araripe em tempo real.
“Com nosso sistema, conseguimos identificar áreas de presença ou ausência da ave e monitorar possíveis mudanças no habitat, facilitando ações dos órgãos ambientais,” explica a estudante Cínthia Sobral. Já o estudante Joédson Maia destaca o papel do SIMBA na coleta de dados populacionais, essenciais para estratégias de preservação.
Premiado em eventos de ciência e inovação, o projeto também busca democratizar o conhecimento, incentivando escolas a adaptarem o sistema para ações práticas de conservação local.
De acordo com o censo de 2022 da ONG Aquasis, restam apenas 213 casais do soldadinho-do-araripe, registrados nos municípios de Barbalha, Crato e Missão Velha. A preservação da Chapada do Araripe, habitat essencial para a sobrevivência da espécie, é considerada crucial para reverter o declínio populacional. “Precisamos proteger a Chapada, pois qualquer alteração em seu ecossistema compromete diretamente a espécie,” alerta o professor Maurício Almeida, orientador do projeto.
A luta pela sobrevivência do soldadinho-do-araripe é um lembrete da importância de unir ciência, educação e conservação para proteger a biodiversidade do Brasil.
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