A Polícia Federal investiga as circunstâncias de duas explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, ocorridas na quarta-feira (13). Foram duas explosões em um intervalo de 20 minutos na Praça dos Três Poderes por volta das 19:30. Nesse horário um carro explodiu no estacionamento que fica entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. Cerca de 20 segundos após o episódio no estacionamento, um homem morreu em uma outra explosão, ocorrida na Praça dos Três Poderes (que fica entre o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto). As autoridades buscam entender se o homem que morreu durante o ataque, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, teria agido com motivações políticas.
Natural de Rio do Sul, em Santa Catarina, Francisco estava no Distrito Federal há cerca de quatro meses e já possuía passagens na Justiça por desrespeitar medidas sanitárias e crime ambiental. Ele era o proprietário do carro que explodiu no estacionamento entre o STF e o Anexo IV da Câmara dos Deputados. Após a explosão do veículo, Francisco tentou entrar no STF, jogou artefatos explosivos em direção ao prédio, mostrou objetos presos ao corpo e se deitou, acionando um último explosivo que causou sua morte.
Segundo relatos de um segurança do STF, o homem havia levado uma mochila com um extintor e alguns artefatos. Momentos antes da explosão, Francisco teria feito postagens nas redes sociais ameaçando autoridades e mencionando uma possível explosão em Brasília. Ele também circulou no Anexo IV da Câmara dos Deputados, onde estão localizados diversos gabinetes parlamentares.
O caso está sendo investigado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, que busca verificar possíveis conexões com as investigações em andamento sobre os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e milícias digitais.
Explosões na Praça dos Três Poderes reacendem debate sobre segurança pública e extremismo político
As investigações da Polícia Federal buscam entender as motivações por trás do ato e consideram possíveis ligações com os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
Francisco, que havia se candidatado a vereador em Santa Catarina em 2020, fez postagens nas redes sociais momentos antes do incidente, sugerindo que “um grande acontecimento” estaria por vir, além de ameaças a autoridades e menções a explosivos. Esses indícios apontam para uma falha no sistema de monitoramento de potenciais ameaças, já que ele também circulou pelo prédio da Câmara dos Deputados antes de iniciar os ataques.
Os atos de 8 de janeiro, em que manifestantes insatisfeitos com o resultado das eleições de 2022 invadiram e vandalizaram o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto, resultaram em um amplo debate sobre segurança. No entanto, quase dois anos depois, esse novo ataque expôs vulnerabilidades no controle de acessos aos prédios públicos mais importantes do país.
Com base em indícios de possíveis motivações políticas, a Polícia Federal investiga a relação do caso com redes que promovem ideologias extremistas e alimentam a radicalização digital. A coordenação do caso está a cargo do ministro Alexandre de Moraes, que também conduz inquéritos sobre milícias digitais e atos antidemocráticos.
Este incidente reforça a necessidade de atualização nas medidas de segurança pública e monitoramento de ameaças online. As redes sociais de Francisco, com ameaças claras e premeditação do ato, indicam uma falha na detecção de comportamentos de risco, que poderia ter evitado o ataque. Essa investigação pode levar à reavaliação das normas de segurança para garantir a proteção das sedes dos Três Poderes e prevenir ações semelhantes no futuro.
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